Por: Jessica Silva - foto: Diego Mendes

Sob olhares curiosos, sobre o silêncio da batuta do maestro, se faz lembrar a saudade de Paulo José Botelho, intitulado como Mestre Paulinho,  que deu início a sua carreira na Caprichosos de Pilares nos anos de 1969 permanecendo até o carnaval de 1990. Paulinho tocou com a artista Simone e gravou por anos o Cd das escolas de Samba do Rio de Janeiro pela Gravasamba.

Aos 12 anos de idade, Paulinho se delineou para o Samba, de lá pra cá, já teve passagens por grandes agremiações, como: Acadêmicos do Salgueiro em 2011,  em Especial -2011-2012, No Acesso, Paulinho desfilou pela  escola Em Cima da Hora que passou com o tema retro (Boi Mandingueiro e Os

Sertões) .

De  91 a 95 regeu a bateria da Unidos do Viradouro, escola de Niterói, e nos anos de 2015 a 2016, teve sua passagem pela escola Unidos de  Vila Isabel.

Antes de chegar a Beija-Flor, Paulinho teve passagem pela  Portela nos anos de 1996 e 1997, transferindo-se para a  Beija-Flor  de Nilópolis no ano de 1998. Paulinho atuou como presidente por muitos anos, logo se tornou mestre de bateria ao lado de Mestre Plínio.   

Em nota, Paulinho afirma realizar todos os seus sonhos, mas, gostaria de exercer o cargo de Supervisor de bateria alinhado com o mestre para passar experiência. Campeão do carnaval pela Beija-Flor e Vila Isabel,  manteve em dado momentos especiais com  notas máxima para as baterias que comandou por quase duas décadas, foi o mestre de bateria que menos perdeu pontos enquanto estava na ativa. 

Salgueirense desde criança, ele nos conta que em algumas escolas foi maltratado, mas voltou por conta de amigos que os acolheram  retomou sua carreira com a cabeça erguida.

Com uma carreira vitoriosa e um passado brilhante, aprendeu muito com sua passagem nas escolas, na vida e no profissionalismo. Paulinho afirma sempre fazer as coisas para o bem-estar coletivo.

Paulinho:

- Torço para todos terem um bom Carnaval, sempre levo humildade independente da minha trajetória que trago muitos amigos e um pouco de invejosos, mas não ligo para isso, cada um tem que fazer a sua parte, mostrar o melhor de si.

Se olharmos com um olhar sério para o carnaval, iremos virar réveillon, com uma data certa. O carnaval é a época da não violência, todos estão juntos e misturados, se divertindo. Sempre quando entram pessoas novas, tem que ter um ensinamento, como tocar tal instrumento, tem que ter alguém já com vivência ensinando, porque o carnaval não é só batuque, tem um som por trás, tem que ter comprometimento.  Deixei meu legado, com  notas de um trabalho de conscientização, de respeito e de um prêmios divinos. Por fim, agradeço as pessoas que colaboraram com as escolas e continuam ajudando, acreditando na magia do carnaval.

A motivação está dentro das pessoas, se nós perdemos essa festa que é de todos, não tem nada, o carnaval é o carnaval. Só uma coisa é o certo, o Samba. Todo mundo muda a trajetória, o Samba é um só.  O carnaval é a festa da alegria, se eu estou até hoje no carnaval e na mídia, é porque eu fiz por merecer”.

Em junho de 2019, mestre Paulinho Botelho teve o carro queimado por assaltantes na região de Pilares, na Zona Norte. 

De acordo com a Polícia Civil, suspeitos abordaram o sambista e roubaram alguns pertences que estavam no interior do carro. Um deles estava com uma garrafa com líquido inflamável e colocou fogo no carro.

Mestre Paulinho se queimou parcialmente no rosto e nas mãos enquanto tentava pegar objetos dentro do automóvel. Ele foi levado para o Hospital Pasteur, no Méier, e liberado horas depois.

“Fui abordado por dois elementos conduzindo uma moto, levado para dar um passeio em Cascadura, Abolição, Cavalcanti e, logo depois de Tomás Coelho, colocado dentro do carro e atearam fogo no meu carro”, contou Paulinho.

A Polícia Civil informou que a perícia foi realizada e diligências foram iniciadas para apurar o fato.