Já em andamento, Mangueira põe fogo nas gravações apresentadas por Milton Cunha e Tereza Cristina na Cidade do Samba na manhã desta terça, 28 de Setembro.

Ainda hoje, às 14h, tem São Clemente e às 18h, Mocidade Independente.

Confira a grade semanal de gravações:
*Dia 29/09*
– Imperatriz: Começa às 10h
– Vila Isabel: Começa às 14h
– Salgueiro: Começa às 18h

*Dia 30/09*
– Unidos da Tijuca: Começa às 10h
– Portela: Começa às 14h
– Grande Rio: Começa às 18h

*Dia 01/10*
– Paraíso do Tuiuti: Começa às 10h
– Beija-Flor: Começa às 14h
– Viradouro: Começa às 18h

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Um dos cariocas que o mundo vê como representante do universo Carnavalesco, e um dos personagens da folia brasileira. Ele protagonizou, neste período obscuro, diversas lives e é atualmente uma espécie de “porta-voz” do samba na Rede Globo. Nas noites de sábado de outubro, Milton participará de quatro programas intitulados Desafio do Samba, que mostrará as finais de concurso de samba enredo das 12 escolas do Especial do Rio.

Como o samba ajuda neste período de pós-pandemia e quais são as novidades desta programação tão importante para o carnaval carioca?
Milton: - O SAMBA é identitário do Rio de Janeiro, ele é a identidade do nosso povo. O Rio é uma cidade que batuca, o Rio se reconhece pelo batuque, batuque que não houve em 2021, quando, em março de 2020, a pandemia silenciou os tambores na cidade. Daí conforme a vacinação foi avançando, as lives foram avançando, as escolas começaram a abrir, cheia de protocolos, os concursos de samba foram avançando neste formato. E, pela primeira vez, teremos um programa em quatro partes enaltecendo os compositores. Vamos mostrar como estes artistas constroem textos em músicas.

Há muita esperança que possamos mais tarde falar sobre a pós-pandemia. Que avance a vacinação, a imunização e a curva de mortes desça muito. Esses programas vão lembrar ao Brasil a grandeza da arte do samba. Tudo isso eu coloco, resguardando o fato de que estamos vivendo uma pandemia e é preciso aguardar para ver como vamos avançar no futuro. De qualquer forma, as escolas escolheram seus enredos e agora irão escolher seus sambas enredo. Vamos ficar aguardando a liberação para saber quando as quadras voltarão a funcionar.
Agora fico felicíssimo de ver o samba sendo mostrado pelo Brasil, de uma forma segura, com apenas 15 ritmistas, os cantores, cavaco, poucos jurados, eu e a cantora Tereza Cristina como comentaristas, todos muito distantes e testados, vacinados. É bem seguro o estúdio e iremos dar bons exemplos de que é preciso se cuidar.

É uma mensagem de esperança, de acreditar que o povo brasileiro, através da arte do samba, da arte popular, vai conseguir sair dessa tristeza de tambores silenciosos, para comemorar.

Fico muito feliz pelas qualificações que colocaram, que sou um personagem do samba brasileiro, que sou a voz dos barracões nas transmissões do carnaval da TV Globo. É assim que eu me sinto, eu sou um folião, fui carnavalesco durante 20 e tantos anos. Mas o que mais gosto é de reverenciar, aplaudir e ver com que qualidade as comunidades fazem o desfile de carnaval de escola de samba ser um milagre. Contra tudo e contra todos, no sentido da demonização, da perseguição, e chove e pega fogo e a luz apaga, o som desliga, é uma loucura, e a escola está lá mostrando a verve popular. Tem um modelo de democracia dentro da escola de samba que me interessa, pois pouco importa a sexualidade, cor de pele, idade, ser gostosa, pelancuda, velho, novo, bicha, hétero, formado em universidade ou analfabeto; todo mundo está junto, quando a sirene toca e o portão se abre, o que vale é o grupão. Ah se o mundo aprendesse a ser um grupão humano, onde não valessem as diferenças e sim a igualdade de ser humano. Muito obrigado pelo carinho à Revista Feras do Carnaval, tento honrar essa qualificação que os sambistas me dão e fico muito feliz em ser representante da expressão popular carnavalesca nas transmissões. Vamos torcer para que o futuro seja pródigo.