Marduque vem com o tema “Olokum e a Santíssima Trindade do Samba” e promete vencer o carnaval de Uruguaiana em 2024
Data de Publicação: 20 de outubro de 2023 08:54:00
Apresentação Sob a luz do carnaval, a S.E.R.E.S. Unidos da Ilha do Marduque faz de seu desfile momento de encanto e magia ao trazer como tema as forças sagradas que se uniram para formar o cortejo divinal do carnaval que hoje chamamos de desfiles das Escola de Samba – energia efêmera de pura alegria e beleza – que há de redimir o Brasil na glória dos nossos amados pavilhões! “A Escola de Samba Não Existe Porque Desfila. Ela Desfila Porque Existe!” (Luiz Antônio Simas – Professor, historiador, escritor e compositor) Olokum É nas profundezas das águas oceânicas que Olokum, orixá do culto de Ifá, governa os recantos mais remotos e distantes dos mares, onde repousa a Kalunga Grande – destino do renascimento das almas pretas que na travessia não se deixaram escravizar. Olokum – acolha em abundância seus heróis nas profundezas dos mares e conduza os destinos daqueles que, desafortunadamente, chegaram ao Novo Mundo, tornando cada tambor um chamado ancestral que – aqui – como sina pela força da existência e da diversidade étnica do fenômeno afro diaspórico, fez nascer do semba o samba! A Santíssima Trindade do Samba O samba – dom místico de expressar a força de um povo – surgiu em imponência, forjou nossa identidade e, orgulhosamente, fez escola!... Tal missão de existir, ensinar e encantar é fruto da Santíssima Trindade do Samba: – (1) Da Negritude, Ancestralidade e (Re)existência... Vem do rufar dos tambores entoados nas senzalas, terreiros e quintais a alma ancestral evocada de mãe África, (re)existindo e perpetuando a força espiritual que reverbera nos rituais das religiões de matriz africana e, até hoje, nos desfiles das nossas Escolas de Samba... Axé! – (2) Do Colonizador, Devoção em Cortejo... A cultura preta resistiu às opressões do branco colonizador... Como ato de resistência, assimilou em suas práticas sociais e religiosas a herança do pecado – representado pelo duelo entre anjos e demônios, como visão punitiva da existência. A negritude viu sua fé ser testada e assistiu o desfilar de santos católicos em ricas e adornadas procissões entre passeios e ruelas... A fé em desfile se tornou meio de aculturação e propagação de valores cristãos... Eis a herança que fez de nossos desfiles (das Escolas de Samba) verdadeiro “cortejo triunfal” no altar do carnaval! – (3) Da Alma Alegre e Inventiva, Festejo e Fé na Vida... Na formação sociocultural do povo brasileiro há uma inusitada e contagiante mistura que nos faz únicos... Somente a alma brasileira – alegre e festiva – é capaz de fazer do samba sua missão. Missão de ensinar o valor da alegria e de festejar a fé na vida. Os sambas são orações-de-alegria – cantos de paz e amor que formaram as nossa escolas... As Escolas de Samba!... Das quais a nossa Marduque se apresenta, orgulhosamente, como eterna herdeira e guardiã! Que a cada Carnaval saibamos honrar nossa missão de desfilar a felicidade diante dos olhos apaixonados do povo, que espera e acredita na magia que somos capazes de produzir, na mais pura intenção de fazer da vida eterno estado de alegria, brilho e muito amor ao samba! “O samba é meu dom Aprendi bater samba ao compasso do meu coração De quadra, de enredo, de roda, na palma da mão De breque, de partido alto, e o samba-canção” (“O Samba é Meu Dom”, Wilson das Neves) “Não, ninguém faz samba só porque prefere Força nenhuma no mundo interfere Sobre o poder da criação” (“Poder da Criação”, João Nogueira)
Sidnei França – Carnavalesco da S.E.R.E.S. Unidos da Ilha do Marduque – Setembro de 2023
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