Por: Pérola Dassan
 

Osvaldo Garcia Júnior (Osvaldo Garcia), de 43 anos, é natural de São Miguel - SP e, conta para nossa correspondente do Carnaval Capixaba, Pérola Dassan, um pouco de sua trajetória no samba e curiosidades sobre o mundo de um Carnavalesco.

Quantos Carnavais você assina da GRCES Unidos de Jucutuquara? "Essa é a minha segunda passagem pela agremiação. Na primeira fiz três carnavais, dois vice-campeonatos (2015, 2016 e um quinto lugar em 2017). Daí me desliguei, fui pra Mocidade Unida da Glória. Onde me sagrei campeão em 2018. Fiquei por lá 2021 até 2022. E retornei pra Jucutuquara em 2023 em conquistando mais um vice-campeonato."

Qual sua temática de Enredo favorita para fazer um projeto de Carnaval? "Sobre temáticas, eu nunca tive um favoritismo por A ou B. Mas gosto de passear por várias linhas. Ainda não fiz afro (risos)."

O que é mais estressante, e o que é mais prazeroso durante todo o processo de criação até o desfile? "Estresse e prazer andam de mãos dadas no Carnaval (risos), mas em Vitória, a falta de mão de obra qualificada é um grande problema. O maior prazer é você ver entre tantas adversidades, seu projeto entrando na avenida."

Qual o fator mais importante para você, quando coloca seu Projeto na avenida? "Para mim, o fator mais importante de colocar um projeto na avenida, é a parceria com a comunidade em que se está trabalhando. Pois, o artista tem que ter a sensibilidade de entender a essência de cada comunidade. Partindo desse ponto, o projeto se torna harmônico! Eu penso e sempre tive a convicção, de que a estrela sempre será a escola."

Como você entrou no Mundo do samba? Sempre teve o sonho de ser Carnavalesco? Eu sou quadrilheiro (risos), já tive uma Cia de quadrilha (Gabiraba), debutei no Carnaval através de um convite do saudoso Mário do Pega. Fui então integrado a uma Comissão de Carnaval na Tradição Serrana, escola do município de Serra, (por sinal minha comunidade), daí nunca mais sai desse universo. Posso te dizer que me senti realizado no Carnaval Capixaba, tudo que tenho hoje, em partes foram proporcionados pelo Carnaval. Já transitei em escolas em várias situações, e graças a Deus nunca saí por motivos não amigáveis."

Sendo o Carnaval, um mundo de possibilidades, qual sua expectativa para sua história no Carnaval Capixaba? "Sempre digo que fazer Carnaval em Vitoria, é tirar leite de pedra. As agremiações tentam ano após ano, melhorar a plástica apresentada. Mas sem um aporte financeiro convincente, fica difícil. Tem escolas que dividem espaços onde nem sequer banheiro tem."

Como Carnavalesco qual o maior desafio para fazer um Carnaval hoje em Vitória?  Qual o sentimento ao ver seu projeto pronto na avenida? “Ver seu projeto pronto na avenida, mesmo que não seja em sua totalidade, é uma sensação de dever cumprido”.

Como você lida com a questão de nem sempre uma agremiação conseguir imprimir fielmente, aquilo que você projetou? Quais as principais motivações que permitem que isso ocorra? "A questão de desenvolvimento do projeto por parte da agremiação, é um pesadelo constante e trás certo desgaste. Tenho que ter um plano de A ao Z. (risos) Isso trás um mix de sentimentos, estresse, cansaço, frustração... mas o samba não pode morrer."

 Como você descreve sua assinatura como Carnavalesco, tendo em vista que cada um tem uma peculiaridade? "Como eu transitei por algumas escolas no Carnaval de Vitória, tenho extrema facilidade em reciclar e criar soluções que barateiem o processo, porém trabalhar com reciclagem requer tempo. Sou conhecido também por trabalhar com uma variedade de cores. Dizem que sou extremamente calmo (risos).

O que podemos esperar para o Carnaval 2024, da Unidos de Jucutuquara? "A Jucutuquara 2024 trás uma temática oriental, (inédita na agremiação), enfatizando os 50 anos do Mosteiro Zen da cidade de Ibiraçú. Iremos abordar aspectos da filosofia soto zen budista, retratando a harmonia entre homem e natureza. Um Carnaval do tamanho da nação."