Sextou! E sextou com S de "saiu enredo". A Cubango, penúltima Escola da Série A a anunciar o tema para o próximo Carnaval, levará para a Sapucaí "Onilé Cubango". O tema que será desenvolvido pelos carnavalescos Alexandre Rangel e Raphael Torres contará a história de Onilé, orixá feminina do Candomblé e governante da Mãe Terra. Todo terreiro tem um assentamento (Ilê) para Onilé, sendo o fundamento da casa. É uma forma de proteção ao mundo em que vivemos. Seu culto é muito difundido nos terreiros da Bahia, principalmente entre os mais intelectualizados da religião, e tem como objetivo a recuperação da harmonia entre orixá e natureza, isto é a preservação da humanidade e de tudo o que a cerca. 

Onilé é a primeira a ser evocada nos ritos de sacrifício, seja de galinhas, caracóis ou tartarugas, uma vez que o sangue, quando derramado, cai primeiro na solo. Esse gesto é forma de agradecimento e reconhecimento ao referido orixá, uma vez que se tudo vem da terra, tudo para ela retorna.

Diz a mitologia que enquanto os orixás se reuniam no palácio para ouvir Olodumaré comunicar as suas decisões, Onilé fazia uma cova na terra para se esconder pois não se sentia bem em meio a muita gente e sabia que as reuniões sempre terminavam em festa, o que ela não gostava. Quando Olodumaré repartiu os elementos da natureza aos orixás e deu o governo geral da Terra à Onilé, todos se espantaram, pois ela era a mais recatada dentre todos. Olodumaré então explicou que a humanidade não sobreviveria sem Onilé, pois todas as riquezas e habitats distribuídos para os outros provinham da Mãe Terra, sejam os mares, os rios, a água, o arco íris, o vento e a chuva, por exemplo. Todos então deveriam pagar tributo a Onilé.